quarta-feira, 28 de outubro de 2009

CASO ALGODÕES: W.Dias diz que laudo aponta as causas


Em entrevista ao vivo ao programa 'Notícia da Manhã', da TV Cidade Verde, nesta terça-feira (28/10) o governador Wellington Dias (PT), durante visita a obras de asfaltamento da estrada que liga Teresina a Nazária, revelou somente agora, após exatamente seis meses da tragédia chamada 'Caso Algodões', o laudo que aponta os motivos do estouro da barragem que matou nove pessoas (sendo que uma delas até hoje nunca foi encontrada) e dizimou várias localidades rurais da região.

Segundo W.Dias, o laudo é do IDEB e apontou que o material usado para a construção da barragem Algodões, que rompeu no dia 27 de maio deste ano foi aterro. "O sangradouro era de concreto, mas o restante da barragem não. Na época, a capacidade de armazenamento não suportou e rompeu", disse W.Dias, que confirmou ainda que o laudo aponta vários outros motivos, não revelados. A Barragem Algodões I é localizada na cidade de Cocal da Estação, a cerca de 250km ao Norte da capital.

Foi projetada em 1994 e executada a partir de 1995 pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e Comdepi, hoje Idepi (Instituto de Desenvolvimento do Piauí). A obra custou R$ 51 milhões e teve como propósito fazer o barramento das águas do rio Piranji, na altura do município de Cocal, visando a perenização do rio, controle de cheias, abastecimento humano, irrigação de áreas agricultáveis, o estímulo à criação de peixes e utilização para turismo e lazer. Em 1999, o TCU (Tribunal de Contas da União) apresentou questionamentos sobre a condução da obra. O então presidente da Comdepi, Avelino Rocha de Neiva, foi multado pelo órgão.

A barragem de Algodões I foi inaugurada no ano de 2001, ainda durante a gestão do governador Mão Santa (PMDB), e até hoje nunca cumpriu a sua finalidade nem tampouco alcançou seu limite máximo de acumulação -- a barragem tem capacidade para acumular 50 bilhões de litros de água. O projeto de execução da obra foi idealizado pelo engenheiro Luiz Hernane de Carvalho, da UFCE (Universidade Federal do Ceará). O engenheiro tem 50 anos de atuação e responde por projetos de mais de 100 barragens em todo o país. A barragem de Algodões I nunca teve utilização efetiva. O engenheiro Manoel Soares Júnior, da UFPI, afirma que mesmo com o rompimento ocorrido na quarta-feira passada, o nível da água estava 5 metros e 80 centímetros abaixo do nível máximo.

RELEMBRE A TRAGÉDIA
No dia 14 de maio de 2009, surgiu a primeira possibilidade real de rompimento da barragem. Mandaram retirar as famílias, colocadas em escolas e improvisadas nas casas de parentes e amigos dentro da zona urbana de Cocal. A ordem eram para deixarem as localidades rurais próximas às águas da barragem. No entanto, no dia 25 de maio, uma reunião definiu a volta das famílias. Diz o documento que saiu desta reunião, que é ‘Ata de reunião da comissão mista da operação de socorro na cidade de Cocal’: “Feita a abertura dos trabalhos, da comissão por Lucile Moura (presidente da Emgerpi), a mesma apresentou o Luiz Hernane de Carvalho (engenheiro consultor do Governo do Estado do Piauí), que relatou que não existe em hipótese alguma a possibilidade de rompimento da barragem. As populações já podem retornar para as suas residências”. Prontamente, as famílias atenderam à determinação.

BARRAGEM ALGODÕES ROMPE
Por volta das 16h do dia 27 de maio de 2009, quarta-feira passada, o esperado aconteceu: A barragem Algodões I se rompe e sai numa onda de quase 10 metros de altura e com velocidade de 80km/h, segundo testemunhas. Dizimando localidades e tudo que via pela frente. As pessoas de cerca de 11 localidades ruais, tiveram de sair às pressas. Felizmente a maioria conseguiu se salvar. Mas o desespero, só quem sentiu sabe: centenas de pessoas correndo, tentando salvar o que podiam, andando pelas ruas ou procurando os pontos mais altos. Alguns não conseguiram e foram levados pelas águas. Só sete corpos de pessoas mortas foram encontrados até agora. Tratando de animais mortos contabilizados, por exemplo, passam de 30 mil. A reportagem do 180graus, na época, fez a cobertura completa: encontrou o cliam de devastação, pessoas chorando as mortes de entes queridos e uma cidade vítima da incompetência do poder público.

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