terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Federação das Indústrias denuncia abandono, sucata e lixo no Distrito Industrial de Teresina


O Distrito Industrial de Teresina, localizado no bairro Saci, zona sul da capital, que deveria ser o cartão postal das indústrias piauienses está tendo suas vias de acesso invadidas por lixo e sucatas. A situação preocupa a Federação das Indústrias do Estado do Piauí e os sindicatos filiados, que exigem providencias urgentes no que diz respeito a revitalização e mudanças no sistema de administração do Distrito.

Levantamento feito por uma comissão da FIEPI e os sindicatos filiados aponta um cenário de total abandono. Lixo, falta de iluminação, saneamento e distribuição de água nos hidrantes expõe os empresários aos mais variados riscos, desde o de incêndios de grandes proporções até a proliferação de doenças como a dengue.
De acordo com o industrial Humberto Cronemberger, a pedido do presidente da FIEPI e vice-governador do Piauí, Zé Filho, foi realizado um levantamento da situação dos Distritos Industriais I e II. Após visitas e conversas com os industriais locais, ficaram evidentes os graves problemas do lugar.

Para o vice-governador, um trabalho conjunto envolvendo Estado e Prefeitura deve ser realizado no sentido de revitalizar o Distrito e planejar uma nova forma de administração da área, onde os empresários possam ter um maior poder de gerência.
“O momento não é de apontar responsabilidades pelo agravamento da situação do Distrito Industrial. Temos que trabalhar juntos porque da forma que está, perde o Estado e Prefeitura, pois ficam sem argumentos para convencer empresários a instalar seus empreendimentos em Teresina. Nenhum empresário vai querer investir onde não conta com uma estrutura mínima”, argumenta Zé Filho.

Segundo o vice-governador, várias empresas já procuraram informações sobre o Distrito Industrial com o objetivo de fazer investimentos. Um deles, uma fábrica de peças de Lingerie esteve no começo de 2011 procurando galpões para instalar uma unidade fabril e encontrou inúmeras dificuldades. “Para minha surpresa o empresário está anunciando uma unidade fabril em Maranguape (CE). Não sei se em prejuízo da unidade que viria a Teresina. O certo é que nos preocupa ver os vizinhos estados recebendo indústrias todo os dias enquanto deixamos nosso Distrito Industrial ser tomado pelo lixo”, disse Zé Filho.



Bombeiros não podem fornecer licenças

Os empresários instalados no Distrito Industrial relatam que, há alguns anos houve um grande incêndio que resultou em perda total de uma das fábricas. O Corpo de Bombeiros não conseguiu utilizar os hidrantes porque os mesmos não estão ligados à caixa d’água, que foi instalada, inicialmente, para uso das indústrias, mas passou a ser usada para fornecer água aos dois bairros vizinhos.

Desde 2010 o Corpo de Bombeiros parou de fornecer as licenças de segurança para o local porque não havia água nos hidrantes. A falta desse documento impede os empresários de participar de concorrências em licitações.

A questão do lixo aparenta ser uma das queixas mais graves. De acordo com empresários do local, a Rua I do Distrito Industrial I virou depósito de materiais inservíveis trazidos pelos carroceiros. Informações obtidas no levantamento realizado pela comissão relatam que há muitos anos a Prefeitura Municipal de Teresina tem conhecimento do fato, mas não realiza a contento a retirada do lixo deixado na rua.

A imagem do lixo é tão degradante, que o empresário Robério Cantalice tentou resolver a situação por conta própria e acabou sendo multado pela Prefeitura.

Outra situação preocupante no Distrito Industrial é a presença de sucatas de veículos em uma área que deveria servir apenas à atividade industrial. Os empresários denunciam que os sucateiros contam com a proteção de um grupo de parlamentares do município.



Empresários querem revitalização do Distrito Industrial

Antigamente o Distrito era administrado pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Piauí – Codipi – órgão criado especificamente para fiscalização industrial da área.

O presidente da FIEPI, Zé Filho, entende que o Distrito Industrial, precisa ter um condomínio, com uma comissão onde os empresários tenham a maioria no processo de decisão. Para ele não dá para pensar em atrair investimentos, aplicando apenas a Lei de Incentivos Fiscais. “A Lei é vital, mas temos que oferecer pelo menos o que os outros estados oferecem no que diz respeito a infraestrutura”, defende Zé Filho.

João Batista Cronemberger Filho, empresário do ramo madeireiro, que mantém uma fábrica no local há 28 anos, lembra que no início o Distrito Industrial funcionava de acordo com o regulamento e era voltado apenas para o desenvolvimento industrial.

Dono de dois lotes de terrenos no Distrito Industrial, adquiridos da então Codipi, atualmente apenas um dos imóveis encontra-se legalizado. “Depois que a Companhia foi extinta não temos a quem recorrer”, pontua.

Os empresários pedem que a Lei nº 6.138 de 06 de dezembro de 2011, que cria o Conselho da Indústria (CODIN) seja gerido por industriais para proporcionar maior legitimidade ao Conselho.

Apesar de todos os industriais estarem pagando suas obrigações como o IPTU, que é um dos mais caros do país, e a Taxa de Iluminação Pública, não têm recebido o retorno em forma de melhorias na estrutura do local. O Distrito Industrial está há anos no escuro e com as vias de acesso aos empreendimentos obstruídos por lixo.

Usando as mesmas palavras do governador Wilson Martins durante a leitura da mensagem na abertura do ano legislativo o sentimento na FIEPI é de que: “O passado é uma roupa que não vestiremos mais”. É hora de alavancar o desenvolvimento do Piauí!
GP1

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