segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ambulâncias paradas se deterioram em estacionamentos públicos no Piauí


Dezenas de ambulâncias estão paradas em estacionamentos públicos se estragando em várias partes do Brasil. Elas fazem parte da frota do Samu e deveriam estar ajudando a salvar vidas.

A poeira se acumula nas ambulâncias. Elas foram doadas pelo Ministério da Saúde a várias prefeituras do centro-oeste paulista para a implantação do Samu.

O problema é que não basta ter apenas os veículos. Para que o Samu comece a funcionar, é preciso a construção de uma central de atendimento e triagem das ligações, além da contratação de médicos e de outros profissionais. Sem recursos, alguns municípios estão sem conseguir colocar esse serviço em operação.

É o caso da cidade de Assis. A ambulância chegou há mais de oito meses, mas ainda não atendeu ninguém.

"Nós estamos aguardando a portaria, a liberação do recurso para a construção da central de regulação, sem esses aparatos, nós não temos de forma alguma, condição nenhuma de operar", declarou Eduardo de Camargo Neto, secretário de Saúde de Assis.

As consequências aparecem nas ruas. O motorista Dulcinei Rosa atropelou um pedestre a poucos metros de um hospital e o resgate demorou. “Ela ficou aqui uns 40 minutos ou mais aguardando”.

A situação se repete em outras regiões do país. No Piauí, 74 ambulâncias doadas, 14 delas com UTIs, estão paradas no quartel da PM à espera da contratação de pessoal. No Distrito Federal, faltam médicos para cinco veículos.

E em Gurupi, no sul do Tocantins, das cinco ambulâncias, três já foram condenadas a virar sucata de ferro-velho e duas não saem da oficina.

À espera de uma solução, bombeiros do interior de São Paulo continuam fazendo o socorro, mas sentem falta de um profissional que pode fazer a diferença.

"Um médico no local da ocorrência pode fazer muito pela vítima, o bombeiro é limitado em suas ações", explica o capitão do Corpo de Bombeiros Ricardo Justino.

O Ministério da Saúde sugere que as prefeituras busquem parcerias com os estados para que veículos que custam mais de R$ 100 mil possam salvar vidas.

"O processo de colocar as ambulâncias em funcionamento esbarra nos trâmites burocráticos da administração pública. As prefeituras e os estados têm que se articular, têm que combinar como é que vai como é que vão colocar em funcionamento essas ambulâncias”, declarou Clésio Castro, coordenador nacional do Samu e da política nacional de urgência.

A Secretaria de Saúde do Piauí afirmou que as ambulâncias serão entregues aos municípios em março. O governo do Distrito Federal admitiu que não tem previsão de quando haverá concurso para contratar médicos e motoristas.

Em Gurupi, no Tocantins, a Secretaria de Saúde declarou que três novas ambulâncias vão começar a circular na segunda-feira.


G1

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